Filósofo e Cientista Político Defende a Liberdade de Expressão em Discurso Contra ‘Árbitros da Verdade’
O discurso do professor Fernando Schüler, proferido na semana passada em um evento em Porto Alegre, pode ser caracterizado como uma defesa intransigente da “liberdade de expressão” no Brasil e no mundo, durando quinze minutos.
Schüler, que possui doutorado em filosofia e mestrado em ciências políticas, fez um discurso ao ser homenageado pela organização do Fórum da Liberdade 2024, evento realizado na capital do Rio Grande do Sul. Ele recebeu o “Prêmio Liberdade de Imprensa”.
A premiação discute um tópico que o filósofo e cientista político percebe estar cada vez mais ameaçado no país. Durante seu discurso, Schüler enfatizou que tem escrito cada vez mais sobre a “liberdade de expressão”, pois acredita que esse direito não está sendo devidamente honrado. Uma condição que, confessou, o deixa envergonhado.
“Hoje, eu confesso para vocês: por vezes, sinto vergonha”, disse. “Sinto vergonha da nossa democracia.”
Ele forneceu exemplos para ilustrar esse sentimento. Ele mencionou o incidente envolvendo o economista Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, cuja conta no Twitter/X foi suspensa em novembro de 2022. A penalização veio após ele expressar, através da rede social, que as dúvidas e críticas relacionadas às urnas eletrônicas eram “legítimas”.
“Sinto vergonha quando vejo um economista como Marcos Cintra banido das redes sociais porque fez uma pergunta no Twitter sobre a votação, o sistema eleitoral”. Ele disse isso diante dos aplausos da audiência que assistia ao seu discurso em defesa da “liberdade de expressão”.
O cientista político expressou tristeza pelo banimento de deputados das redes sociais, sem mencionar especificamente o ex-deputado federal Daniel Silveira, apesar da Constituição brasileira garantir a imunidade parlamentar. Ele também mencionou exemplos de empresários investigados pelo Supremo Tribunal Federal e a situação do influenciador digital Monark, que foi judicialmente proibido de usar plataformas de redes sociais.
“Nenhum juiz deve ser o árbitro da verdade”, afirmou Schüler, em outro momento de seu discurso.
Schüler discute a liberdade de expressão em contraste com o Projeto de Lei da Mordaça
Fernando Schüler também discutiu o Projeto de Lei 2630, conhecido como PL da Mordaça. Ele recordou que, durante o debate da proposta na Câmara dos Deputados no ano anterior, as big techs sofreram censura ao expressarem suas opiniões sobre o assunto.
“Sinto vergonha quando tem um debate no Congresso Nacional sobre o chamado ‘PL das Fake News’ e as empresas que têm os seus negócios afetados por aquele projeto, num debate democrático, expõem a sua visão, a sua opinião, e são censuradas pelo Estado brasileiro.”
O cientista político, ao enfatizar sua vergonha do atual estado da democracia no Brasil, provocou risos na plateia. Segundo ele, ex-presidentes americanos e membros do grupo que formulou a Constituição dos Estados Unidos, James Madison e Thomas Jefferson, “seriam processados no Brasil”.
Schüler, ao esclarecer que apoiar a “liberdade de expressão” significa proteger o direito de todos se expressarem, especialmente aqueles com quem discordamos, dedicou seu prêmio a todas as pessoas que são perseguidas, banidas e censuradas no Brasil atual.
Ele deseja, no entanto, não ter que elaborar mais discursos sobre “liberdade de expressão” e nem continuar a insistir nesse assunto em seus textos divulgados na mídia. “Quando o Brasil voltar a ser uma democracia liberal, eu paro de escrever sobre esse assunto.” As informações são da Revista Oeste.
Meus parabéns. A leitura da situação ao qual vivemos é perfeita, o dinheiro vai acabar e o consórcio, terá de enfrentar de frente que a liberdade é cedo ou tarde Imperativa.