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Brasil desmatou mais de 1,8 milhão de hectares em 2023, informa relatório

Documento do MapBiomas revela que o cerrado lidera, com mais de 3 mil hectares desmatados por dia

O MapBiomas divulgou na terça-feira, 28, o “Relatório Anual do Desmatamento” (RAD), que mostrou o Brasil desmatando 1,8 milhão de hectares de floresta em 2023. O país viu uma diminuição de 11,6% na área destruída, em relação ao ano anterior. Os biomas “Amazônia” e “cerrado” representam mais de 85% da área total desmatada no país.

No ano de 2023, a média de desmatamento diário no Brasil alcançou 5 mil hectares, com mais da metade ocorrendo no cerrado, representando 3 mil hectares por dia. A Amazônia, por sua vez, contabilizou um desmatamento diário de 1,2 mil hectares, o que corresponde a aproximadamente oito árvores a cada segundo. No dia 15 de fevereiro, o tamanho da área desmatada foi quase o mesmo que 6 mil campos de futebol.

O bioma do cerrado, que já teve mais da metade de sua vegetação nativa devastada, tornou-se o principal alvo de desmatamento no Brasil. Ane Alencar, que coordena o MapBiomas Cerrado, enfatizou a importância deste bioma.

“O cerrado é um bioma estratégico no que diz respeito à questão hidrológica”, disse Ane. “E o desmatamento do bioma tem um impacto grande na questão hídrica.”

Ao longo dos cinco anos anteriores, o Brasil viu uma diminuição de 8,5 milhões de hectares de sua vegetação nativa, o que equivale a duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Em 2023, houve uma supressão de 1,8 milhão de hectares, o que representa uma queda em comparação com os 2 milhões de hectares em 2022. Houve um aumento de 8,7% no número de alertas no país.

Uma lei que impede a importação de produtos provenientes de áreas onde o desmatamento foi identificado até dezembro de 2020 foi aprovada pelo Parlamento Europeu. Essa medida impacta produtos tais como couro, soja, carne bovina, cacau, madeira, borracha e café. A regulamentação demanda uma verificação rigorosa das commodities para assegurar que não foram originadas em áreas desmatadas.

Matobipa registrou aumento no desmatamento

Apenas no Piauí, um dos quatro Estados que compõem o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e ), houve redução na área desmatada em 2023. Nos demais Estados, foi registrado um aumento, culminando em uma perda de 858 mil hectares, um número 59% superior ao de 2022. Em 2023, três quartos de todos os hectares desmatados no cerrado estavam localizados no Matopiba.

O município de São Desidério, na Bahia, ocupa a primeira posição na lista dos que mais desmataram em 2023, com um total de 40 mil hectares. O cerrado comporta 33 das 50 cidades com maior devastação, sendo que as dez primeiras estão localizadas no Matopiba. No que se refere à classificação por estados, Maranhão, Bahia e Tocantins estão à frente, apresentando aumentos expressivos em comparação a 2022.

Em 2023, o cerrado teve um desmatamento de 1,1 milhão de hectares, marcando um aumento de 68% comparado a 2022. Por outro lado, na Amazônia, o desmatamento diminuiu 62,2%, com 454,3 mil hectares de área suprimida. Ane Alencar, a coordenadora, enfatizou a importância de diferenciar o desmatamento “legal” do “ilegal” para implementar ações efetivas.

“Primeiro, é essencial distinguir claramente o que é legal e ilegal, para que as ações de fiscalização possam efetivamente inibir o desmatamento ilegal”, explicou Ane. “Ao mesmo tempo, devemos oferecer incentivos para o melhor aproveitamento das áreas já desmatadas, reduzindo assim a pressão sobre novas áreas e reduzindo, portanto, o desmatamento legal.”

Em 2023, a caatinga representou 11% da área destruída no Brasil, equivalente a 201,6 mil hectares, o que configura um aumento de 43,3% em comparação a 2022. O estado da Bahia foi o principal responsável pelo desmatamento nesse bioma, seguido pelo Ceará e Rio Grande do Norte. Pernambuco foi o único Estado que conseguiu reduzir a supressão de vegetação nativa.

Em 2023, o Pantanal teve um aumento de 59,2% na devastação, com 49,6 mil hectares sendo destruídos. A cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi responsável por metade desse desmatamento no bioma. A biodiversidade local corre grande perigo, conforme ressaltou Eduardo Rosa, coordenador da equipe do Pantanal do MapBiomas.

“O desmatamento de florestas e savanas para a formação de pastagem exótica acontece em grande escala”, afirmou Rosa. “A preservação dessas áreas florestadas e o manejo das pastagens são fundamentais para a manutenção da biodiversidade de fauna e flora, em conjunto com os sistemas tradicionais de pecuária do pantanal.”

Em 2023, houve uma devastação de 12 mil hectares na mata atlântica, o que representa uma queda de 59% em comparação a 2022. Foi registrada uma diminuição no desmatamento em todos os Estados do bioma. As informações são da Revista Oeste.


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