Victor Godoy explicou queda do número de inscritos no exame, o segundo menor desde 2006, com investigação sob sigilo no TCU
O ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou, durante a apresentação do balanço do Enem 2022 (Exame Nacional do Ensino Médio) na manhã desta segunda-feira (21), que dados da base do exame de edições anteriores teriam sido inflados. A suspeita faz parte de uma investigação do TCU (Tribunal de Contas da União), que segue sob sigilo.
A informação foi dada por Godoy ao ser questionado sobre a queda do número de inscritos na edição deste ano, quando 3,4 milhões se inscreveram — o segundo menor número desde 2006.
O ministro, no entanto, não entrou em detalhes da apuração do TCU nem apresentou indícios ou dados que justificassem sua afirmação. Ele também apontou a pandemia como “uma das possíveis causas para a redução do número de participantes”.
Questionado sobre algumas questões da prova de caráter mais social e com assuntos criticados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo de seu mandato, o ministro disse que “o estudante não pode ser filtrado por sua visão de mundo e eles devem ser avaliados com relação aos seus conhecimentos”.
Godoy afirmou que não houve interferência no Enem. “É um processo que não cabe intervenção, nenhum de nós tem acesso à prova, tudo é elaborado no ambiente seguro do Inep e só determinadas pessoas têm acesso a ela para garantir a isonomia do exame”, assegurou.
Com relação à taxa de abstenção, conforme divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela execução e aplicação das provas, 2,3 milhões de estudantes participaram das duas provas. “Taxa de abstenção semelhante à de edições anteriores, antes da pandemia”, justificou o ministro. As informações são do R7.