Ministro das Comunicações avaliará pedido do PT por canais próprios de rádio e TV
O pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para ter canais próprios de rádio e TV será ‘cuidadosamente’ analisado pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em resposta à solicitação protocolada no mês passado pela legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na quarta-feira 5, o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicações do PT, informou que o ministro irá acompanhar a solicitação do partido em relação às concessões de TV e rádio. Eles se reuniram na Câmara dos Deputados para discutir esse assunto.
“O ministro vai acompanhar com carinho, é algo inédito para o ministério e está sendo analisado pela área técnica”, afirmou o esquerdista. “Senti boa vontade dele, com preocupação de fazer algo juridicamente perfeito. Saí animado da conversa”, observou Tatto.
Proposta de “TV do PT” é esdrúxula, critica jornal
Segundo o jornal Estado de S.Paulo o pedido é considerado ilegal, inconstitucional e absurdo, demonstrando assim a postura antirrepublicana do partido.
Segundo o editorial do jornal Estado de S.Paulo, publicado em 15 de junho, o PT solicitou a concessão para operar seus próprios canais de televisão em sinal aberto, o que é considerado ilegal, inconstitucional e absurdo, demonstrando assim a postura antirrepublicana do partido.
Por conta disso, em circunstâncias habituais, o pedido seria imediatamente rejeitado. No entanto, o jornal destaca que nada parece ser muito comum no governo em que o presidente escolheu seu advogado pessoal e “amigo íntimo”, Cristiano Zanin, para ocupar um cargo no Supremo Tribunal Federal (STF) e utiliza a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) como plataforma para suas transmissões ao vivo, “para mencionar apenas um exemplo recente de sua falta de compromisso com a imparcialidade”.
Além disso, de acordo com o editorial, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que é responsável por analisar o pedido, demonstrou que não se preocupa com a separação entre interesses públicos e privados. Ele está enfrentando várias acusações de uso indevido de dinheiro e bens públicos para benefício pessoal. O jornal sugere que não seria surpreendente se ele atendesse ao pedido do PT como uma maneira de se manter no cargo.
O texto destaca que os partidos políticos já possuem acesso ao horário gratuito de propaganda de rádio e TV, além dos horários reservados para campanhas eleitorais, que são pagos com dinheiro do contribuinte. A eventual concessão de um canal de rádio e TV ao PT também geraria mais gastos públicos. O autor argumenta que, como o PT não consegue se sustentar apenas com a venda de produtos relacionados ao partido, é evidente que a programação da “TV PT” seria financiada com recursos públicos.
O jornal finaliza sua análise argumentando que o partido em questão já fez sua escolha entre fantasias e fatos, e, portanto, não deve utilizar o serviço de radiodifusão como meio de desinformação. As informações são da Revista Oeste.