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Queimadas no Pantanal aumentaram 898%, segundo ONG WWF-Brasil

Aumento de 898% nas queimadas no Pantanal acende alerta para crise ambiental

Há um alerta extremo no Pantanal devido as queimadas. As chuvas têm ficado abaixo das médias históricas desde o ano anterior, e a seca extremamente intensa, impulsionada pelo El Niño, resultou em um aumento de 898% nas queimadas este ano, em comparação com o mesmo período de 2023. A ONG WWF-Brasil realizou uma análise baseada em informações do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que indicou 880 focos de incêndio nos primeiros cinco meses de 2024. Este é o segundo maior número registrado nos últimos 15 anos, sendo superado apenas por 2020, ano em que 2.128 casos foram reportados.

Ambientalistas estão preocupados com a severa seca no bioma, pois temem um aumento nos incêndios de grande escala, como os que destruíram 30% da área natural do Pantanal em 2020. No mês passado, houve o registro de 246 focos de incêndios, um aumento significativo em relação aos 33 de maio de 2023. A inquietação é ainda maior uma vez que a temporada de seca apenas começou, e os incêndios no bioma tendem a se concentrar entre agosto e outubro, com seu auge em setembro.

“Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números estão muito parecidos com o que tínhamos naquele ano”. Santos enfatiza a importância de ações imediatas, como o fortalecimento das brigadas de combate a incêndios e o envolvimento das comunidades locais, a fim de “evitar uma catástrofe”. Ela ressalta que a escassez de chuvas, a limitada quantidade de água no território e o acúmulo de matéria orgânica seca criam um ambiente favorável para as queimadas no Pantanal.

A análise sugere ainda que as precipitações “escassas e irregulares” nos primeiros meses do ano não foram suficientes para fazer os rios transbordarem e estabelecer uma ligação entre os lagos e o Rio Paraná, considerado o mais importante do bioma.

O Inpe revela um aumento no número de focos de incêndio em outros biomas do Brasil através de seus dados. Na Amazônia, houve um registro de 10.647 casos nos primeiros cinco meses deste ano, o que representa um aumento de 107% em comparação com o mesmo período do ano anterior (5.103), e 131% acima da média dos três anos anteriores (4.580).

Nos primeiros cinco meses do ano, o Cerrado registrou 8.012 “focos de queimadas”, um incremento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior (5.850) e 35% acima da média dos três anos precedentes (5.956).

Daniel Silva, profissional especializado em conservação do WWF-Brasil, enfatiza a relevância das políticas governamentais de proteção a todos os biomas no combate aos impactos das alterações climáticas. Silva explica que “Os biomas são interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afetam a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribuem até para tempestades como as que afetaram o Rio Grande do Sul no mês passado,” explica Silva.


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