Para Fenep, imunização é importante, mas não cabe a escolas cobrarem passaporte vacinal
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) está orientando as instituições privadas de ensino a não exigir o certificado de vacinação dos alunos na retomada das aulas. A cobrança deve provocar polêmicas. Na última segunda-feira (10), pais e responsáveis da Escola Americana do Rio de Janeiro (EARJ), um colégio de elite, divulgaram um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas contra a obrigatoriedade da imunização.
O presidente da Fenep, Bruno Eizerik, explicou que a federação defende a vacinação das crianças e adolescentes. Também aconselha os sindicatos associados a incentivarem pais e responsáveis a vacinarem os alunos mais jovens. Entretanto, frisou, considera que não seria das escolas, mas das autoridades sanitárias, o papel de cobrar o passaporte vacinal.
– Respeitamos aquelas famílias que entendem que a vacinação não precisa ser feita – disse Eizerik.
EARJ
A EARJ comunicou aos pais e responsáveis que, para as aulas presenciais, cobraria o certificado de imunização dos estudantes de 5 a 12 anos. Segundo o abaixo-assinado, no entanto, “não se pode ignorar o fato de que a vacinação obrigatória trata-se (sic) de complexo e polarizado tema”.
O texto afirma ainda que “a vacinação das crianças deve ser uma atribuição dos pais, não cabendo ao diretor da escola ou à sua diretoria, o direito moral ou a competência médica para compelir os pais a vacinarem suas crianças, sob pena de privá-las de frequentar presencialmente a escola”.
Eizerik explicou que por serem instituições privadas, as escolas têm autonomia para cobrar o passaporte vacinal, embora essa não seja a orientação da federação. A maioria dos estabelecimentos fechados, como bares, restaurantes, ambientes de trabalho, exige o passaporte vacinal dos frequentadores, por determinação legal.
– Não temos o poder de proibir, se a escola achar que deve exigir, vai exigir. De qualquer forma, vale lembrar que as aulas vão começar em 15 ou 20 dias e nem todas as crianças estarão vacinadas ainda. Além disso, estudamos presencialmente no ano passado sem essa vacina e não registramos nenhum grande surto, então não acho que seja necessário criar uma confusão agora.