Organizações sindicais convocaram uma greve nacional de 48 horas
Pessoas engajadas em movimentos sociais, grupos indígenas e sindicatos manifestaram-se nas ruas da Província de Jujuy, no norte da Argentina, em oposição a uma proposta de reforma da Constituição local. O governador Gerardo Morales, que é pré-candidato à Presidência pela coalizão de oposição, é o responsável pela mudança.
Protestos
A temperatura dos protestos subiu no sábado 17, com confrontos entre a polícia e os manifestantes resultando em mais de 25 detidos e alguns feridos. Esses incidentes levaram as manifestações a um novo patamar na terça-feira 20.
Enquanto a reforma foi aprovada pelos parlamentares dentro do prédio do Legislativo, um grupo de pessoas incendiou veículos, atirou pedras e invadiu um dos escritórios localizado na parte de trás do edifício, tentando incendiá-lo. A polícia agiu para conter a violência do lado de fora do prédio, resultando em pelo menos uma pessoa gravemente ferida que foi levada ao hospital.
As organizações sindicais convocaram uma greve nacional de 48 horas a partir de hoje, em repúdio às ações do governo da Província.
Troca de acusações em meio à disputa política
Os políticos que concorrerão nas próximas eleições e pertencem à direita e ao governo começaram a se acusar mutuamente.
Nesta semana, as coalizões precisam definir as listas com os nomes que concorrerão às primárias, em agosto. O prazo termina no sábado 24.
“Responsabilizo o presidente Alberto Fernández e a vice-presidente Cristina Kirchner pela extrema violência que está ocorrendo na Província de Jujuy”, publicou o governador Gerardo Morales.
Horacio Larreta e Patricia Bullrich, que são dois dos principais candidatos à presidência pela mesma aliança, colocaram de lado suas diferenças internas para defender o partido. Larreta, que é o chefe do governo de Buenos Aires, publicou que o que está acontecendo em Jujuy é um exemplo do que o kirchnerismo pode fazer para resistir à mudança.
“Não se pode ceder diante da violência: vamos impor a firmeza da lei e da ordem”, escreveu Bullrich, ex-líder do Proposta Republicana, partido do ex-presidente Mauricio Macri.
O presidente Fernández, por sua vez, da coalizão peronista União pela Pátria, respondeu ao governador de Jujuy: “Você é o único responsável por ter levado nossa amada Província de Jujuy a esta situação extrema ao tentar impor uma reforma Constitucional que não respeita a Constituição Nacional”.
Sua vice se juntou ao coro. “Assuma o comando, governador Morales, e pare com a loucura repressiva que suas próprias ações desencadearam. O que está acontecendo é de sua absoluta responsabilidade, e vocês sabem disso”, publicou Cristina no Twitter. As informações são da Revista Oeste.
Para mim é novidade, pensei que toda a Argentina estivesse em greve. Sem dinheiro, comida, combustível, agro, tudo parado. Essa esquerda tira leite até de pedra.