Na Câmara, ministro afirmou que Brasil tem tido desempenho melhor do que os países desenvolvidos, com exceção da China e dos EUA
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (7) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 5% ou 5,5% em 2021. Segundo ele, o país está “surpreendendo o mundo”. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Guedes lembrou que as previsões do mercado financeiro eram de queda do PIB maior do que a efetivamente verificada no ano passado.
Guedes, que participa nesta quarta-feira de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, também disse que o andamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil levou o governo a renovar o pagamento do auxílio emergencial em 2021.
– A pandemia é que nos recomendou a renovação do auxílio emergencial. Renovamos agora o auxílio emergencial por mais três meses. Vamos até outubro. Em novembro e dezembro, reengatamos (sic) no Bolsa Família – disse o ministro na audiência, lembrando do aumento de casos de Covid-19 no início do ano.
Guedes citou ainda uma série de medidas adotadas pelo governo no ano passado, na primeira onda de Covid-19. Além disso, defendeu que a vacinação em massa no Brasil finalmente deslanchou.
– O governo está produzindo vacina em massa, além da importação – disse.
O ministro da Economia afirmou ainda, aos deputados, que a previsão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é de que, em três ou quatro meses, os estados brasileiros terão vacinado toda a sua população adulta.
– Queiroga diz que, em três ou quatro meses, teremos controle epidemiológico da pandemia – afirmou Guedes.
O ministro da Economia explicou que, por questões políticas, o país ficou “dois ou três meses” sem auxílio emergencial no início do ano, mas, mesmo assim, a economia brasileira “bombou” nesse período.
– A economia subiu do mesmo jeito. Quer dizer que já estava se levantando de novo – disse Guedes, acrescentando que a “fila de liberação” de recursos também permitiu alguma transferência em janeiro e fevereiro.
O ministro repetiu que a economia brasileira surpreendeu o mundo e se recuperou em “V”, com desempenho melhor do que os países desenvolvidos, com exceção da China e dos EUA.
– A economia já voltou em V. Voltamos ao nível anterior à pandemia, com a diferença que continuamos crescendo. Vamos superar esse nível.
Citando os números do varejo divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Guedes avaliou que a economia está decolando e que isso aparece em diferentes indicadores, como a arrecadação.
Guedes também fez uma retrospectiva das ações do governo na pandemia. Ele disse que o governo zerou a fila do Bolsa Família e atendeu aos mais frágeis imediatamente.
– Preferimos pecar pelo excesso. Gastamos 8,5% do PIB, R$ 600 bilhões, metade [foi] para os mais frágeis.
O ministro ainda revelou que o Benefício Emergencial (BEm) custou R$ 47 bilhões e protegeu um terço da mão de obra formal privada do país. Ele repetiu que foi a primeira recessão em que houve criação de vagas.
SUSTENTAÇÃO PARLAMENTAR
Na audiência, Paulo Guedes afirmou que o governo Bolsonaro tem atualmente um “eixo de sustentação parlamentar” no Congresso, algo que não tinha no início da administração.
Para ilustrar o comentário, Guedes lembrou que neste ano, “em poucas semanas”, o Congresso aprovou o projeto de autonomia do Banco Central, a lei de saneamento e a lei do gás, entre outras matérias de interesse do governo.
– Está tudo andando. O plano econômico está andando – destacou.
Guedes afirmou que a economia brasileira é uma “engrenagem” que funcionou.
– Fomos testados no limite – afirmou o ministro.
Por outro lado, ele reconheceu contribuições trazidas pela própria oposição ao governo, inclusive em matérias como a Reforma da Previdência.
– Mesmo a oposição, quando divergiu, trouxe ensinamentos importantes. Nos ajudaram quando disseram que o BPC, Benefício de Prestação Continuada, é importante para regiões mais frágeis – disse Guedes.
REFORMAS
Na audiência, o ministro da Economia defendeu duas propostas de reformas econômicas do governo: a administrativa e a tributária.
Segundo Guedes, no primeiro caso, a intenção é respeitar “todos os direitos do funcionalismo público atual”.
– Queremos valorizar o serviço público – acrescentou.
Ao tratar da reforma tributária, Guedes lembrou que o Brasil é um país de baixa renda.
– Não adianta jogar impostos em cima de 30 milhões de brasileiros com renda baixa – disse.
O ministro fez ainda uma defesa da tributação dos rendimentos de capital e da remoção de subsídios na economia.
As informações são da AE