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Lula: “Não tinha noção que no Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra”

Presidente Lula se surpreende com população negra no Rio Grande do Sul durante visita para anunciar ‘Vale Reconstrução’

Nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) expressou surpresa com o número de negros residentes no Rio Grande do Sul. Durante sua visita ao estado, o petista anunciou o “Vale Reconstrução”, um voucher no valor de R$ 5,1 mil que será concedido a 200 mil famílias afetadas pelas enchentes.

“Eu falei para a domingo: é impressionante, eu não tinha noção que no Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra. E no Fantástico [na TV Globo] apareceu muita gente, eu falei ‘não é possível'”, disse Lula durante o discurso.

“E aí, a Janja me falou: ‘É porque são os mais pobres, que moram nos lugares mais arriscados de serem vítimas dessas coisas'”, acrescentou.

Lula está exercendo seu terceiro mandato como chefe de Estado. O período de 2003 a 2010 já foi marcado por sua governança no país.

Presidente defende encontros regulares entre chefes dos Poderes além de atos solenes em Brasília

O líder do Executivo declarou que os líderes dos Três Poderes não devem se limitar a se encontrar apenas em eventos oficiais em . O presidente do Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez parte da comitiva presidencial em São Leopoldo (RS).

No entanto, (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, optaram por não viajar para o estado. Mesmo tendo recebido convites do Planalto, ambos escolheram permanecer em Brasília para continuar com as votações no Congresso.

“Embora sejamos Poderes autônomos, temos que funcionar como uma orquestra. Ou seja, a gente não pode se encontrar apenas em jantares de vez em quando. A gente não pode se encontrar apenas para um fazer um ato solene em Brasília. é importante que a gente se encontre nos momentos de amargura do povo brasileiro”, disse Lula.

O petista declarou que convida os líderes de outros Poderes para viagens oficiais com o objetivo de fazê-los compreender a “necessidade de agilizar as votações na Câmara e no Senado”.

“Não quero os presidentes da Câmara e do Senado estranho ao presidente da República, não quero o presidente da Suprema Corte estranho aos problemas do Poder Executivo, não quero que o Tribunal de Contas seja apenas um algoz para denunciar – quero que ele sinta, veja, para quando tiver que tomar decisão, tome sabendo o que está acontecendo no Brasil”, disse.

Lula descreve abrigos como “paraíso” para desabrigados

No decorrer de seu discurso, Lula mencionou que os abrigos se tornam “uma espécie de paraíso” para aqueles que perderam tudo devido às enchentes. Ele enfatizou que, após a redução das águas, muitos indivíduos não possuem um local para retornar.

“Eu fico imaginando essa gente que tá aí. Mulheres com crianças, mães que não têm marido, que têm dois, três filhos, que perderam sua casinha. Qual a expectativa que eles têm? Hora que secar, que tiver que voltar, vou voltar pra onde? Não existe mais o lugar que eu ficava, se existe, tá quase insuportável”, disse.

De acordo com o último relatório da Defesa Civil, há 76.580 pessoas em abrigos e 538.126 desalojadas. Os temporais afetaram de alguma maneira mais de 2,1 milhões de indivíduos. Desde que as chuvas intensas começaram no estado, registrou-se a morte de 149 pessoas, o desaparecimento de 108 e 806 feridos.

“Então, termina sendo o abrigo uma espécie de paraíso. ‘Não tenho para onde ir, pelo menos aqui eu estou segurado, recebendo comida, água, assistência médica, assistência social’. E quando terminar? O prefeito fala ‘olha, a água foi embora, a cidade está limpa, cada um volta para sua casa’. Alguns voltarão, e outros perguntarão: ‘Que casa?”, acrescentou Lula. As informações são da Gazeta do Povo.


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